Dicas de ouro para desenvolver o seu dream team
“Dream Team”, ou “time dos sonhos” foi o apelido criado para a equipe de basquete dos Estados Unidos que conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona em 1992. Foram oito jogos e oito vitórias, com pelo menos 32 pontos de diferença dos adversários. Até hoje, quando vamos falar de uma equipe de sucesso, lembramos desses caras.
A verdade é que a era do gênio solitário já ficou para trás há muito tempo. O que move as grandes ideias hoje são várias cabeças e mãos que trabalham juntas. Então, que fique claro: para a sua empresa realmente causar impacto no mercado (e no mundo), você precisa transformar seu grupo de colaboradores em uma equipe de sucesso.
Mas reunir pessoas para trabalhar juntas não é uma tarefa fácil. Aliás, muitas vezes é bem mais difícil do que parece. A boa notícia é que hoje vamos falar sobre algumas coisas que podem te ajudar bastante. Uma delas é a dinâmica da sua equipe, que pode ser inter ou multidisciplinar.
Equipe Interdisciplinar x Equipe Multidisciplinar
Mesmo sendo duas palavras bem parecidas, equipes inter e multidisciplinares são coisas diferentes. Quem fez essa separação foi o grande Tim Brown, CEO e presidente da IDEO, uma das maiores consultorias de inovação do mundo.
As equipes interdisciplinares são aquelas que reúnem diversas pessoas com habilidades diferentes e que estão abertas tanto para compartilhar seu conhecimento como para aprender com os demais. Quem faz parte de uma equipe interdisciplinar está disposto a sair de sua zona de conforto, para aprender sobre aquilo que não domina e dividir aquilo que sabe mais.
Agora, as equipes multidisciplinares já não são tão dinâmicas. Nesse tipo de equipe, até existe o esforço de juntar pessoas de áreas diferentes, mas a integração é bem menor. Cada um fica responsável pela sua especialidade e a troca entre os membros deixa de ser tão boa. É perigoso virar um campo de batalha, onde um vai querer mostrar que a sua área é melhor que a do outro, o que acaba com a animação e a criatividade de qualquer um.
Na hora de montar sua equipe, tome o cuidado de pensar nessa dinâmica. Ter pessoas de áreas distintas e com pontos de vista diferentes é super importante na hora de tirar as ideias do papel, mas tudo isso tem que funcionar bem, para que os debates sejam ricos e ajudem a tomar decisões que ajudem a empresa a seguir pelo melhor caminho.
É claro que não é todo mundo que leva jeito para trabalhar em equipes interdisciplinares. Mas tem um cara que conseguiu desvendar o mistério do perfil ideal para esse tipo de equipe. Kenneth Rubin, que escreve sobre processos e equipes de desenvolvimento de software, foi o primeiro a falar sobre as pessoas “em formato de T”.
Pessoas em formato de T?
Como assim, Diego? Que loucura é essa de “pessoa em formato de T”?… Calma, não é para os seus colaboradores fazerem pose de Cristo Redentor no meio da empresa, rsrsrs.
A referência à letra T é para falar das características que são interessantes de se desenvolver para trabalhar em equipes interdisciplinares. A parte vertical do T é para lembrar que cada pessoa tem a sua especialidade, ou seja, aquilo que sabe mais a fundo. A parte horizontal, ou os “bracinhos”, tem a ver com a habilidade que essa pessoa tem de trabalhar em outras áreas que não domina tão bem, mas está disposta a aprender.
Bom, uma imagem vale mais que mil palavras, não é mesmo? Dá uma olhadinha na ilustração que fica mais fácil de entender:
Aqui a gente entra num ponto bem crítico: recrutamento e seleção de colaboradores. Como faz? Será que aquele aluno que só tira 10 vai ser o melhor colaborador? Ou será que é aquele intercâmbio que a pessoa mais viajou do que estudou que vai garantir que seja um membro forte da equipe?
Currículo não é tudo
Se fosse pelo currículo, o Dream Team que falamos no começo não teria escalado John Stockton. Afinal, ele era muito baixinho, o coitado. Tinha “só” 1,85m de altura, enquanto todos os outros beiravam ou ultrapassaram os dois metros. Pode até ser que você nunca tenha ouvido falar de John Stockton, mas o Dream Team só se tornou o eterno exemplo de uma equipe de sucesso porque cada um que estava ali fez a diferença.
No fim das contas, uma equipe super-hiper-mega qualificada não é tudo. O comportamento das pessoas conta muito. Por isso é tão importante contar com um psicólogo na equipe de recrutamento. Esse profissional pode até não entender muito sobre o setor que o colaborador vai atuar, mas vai saber identificar seus pontos fortes e fracos sobre o comportamento dos novos membros da equipe.
O mais importante na hora de formar as equipes é identificar se as pessoas serão capazes de dividir os mesmos valores que a empresa, adotando o mesmo propósito e fazendo o seu melhor para, em conjunto, atingirem os objetivos. Mas um detalhe bem importante não pode passar batido: quem trabalha feliz, trabalha melhor.
Motivação
Como falei no começo, uma equipe de sucesso é desenvolvida, ou seja, exige um esforço da empresa para torná-la um time forte. Depende do líder se preocupar com cada um dos seus colaboradores e oferecer oportunidades de motivação.
Já ouvi histórias de funcionários que vieram cheios de ideias e novas propostas que aprenderam em algum curso e levaram um banho de água fria do gerente, que não queria saber de nada além do que já tinha sido mandado. Isso é um veneno nas organizações! Novas ideias têm que ter espaço para serem ouvidas e colocadas em prática.
Uma equipe de sucesso não é uma equipe grande ou cheia de diplomas e certificados, mas é aquela que consegue reunir habilidades e compartilhar conhecimento, andando junta para alcançar um propósito.
E a sua equipe, como está? É mais inter ou multidisciplinar? Está chegando perto de ser um dream team? Conte para mim nos comentários!